> Banco de Dados - História e música na universidade
Coração civil: arte, resistência e lutas culturais durante o regime militar brasileiro (1964-1980) (2011)
Tipo de documento:
Tese de Livre-docência
Autor:
Napolitano, Marcos
Local:
USP - FFLCH
Data:
2011
Publicação - Livros / Artigos
Palavras-chave:
POLÍTICA CULTURAL; GOVERNO MILITAR RESISTÊNCIA AO GOVERNO HISTÓRIA DO BRASIL (ASPECTOS CULTURAIS; ASPECTOS POLÍTICOS)
Resumo:
Texto em formato digital:https://repositorio.usp.br/item/002209475
A estratégia de oposição ao regime militar colocou na ordem do dia a necessidade de conexão entre cultura e política, à medida que a primeira funcionava como espaço de rearticulação de identidades, valores e estratégias de ação que alimentavam a segunda. Naquele contexto, entre os anos 1960 e 1970, a resistência cultural ao regime militar foi protagonizada por quatro variáveis ideológicas, agrupando os seguintes atores: liberais, comunistas, movimentos contraculturais e Nova Esquerda. As quatro correntes protagonizaram alianças e dissensos, expressando visões diferenciadas e muitas vezes conflitantes sobre o papel das artes e da cultura na oposição ao regime, que vai além da visão homogênea e idealizada da noção generalizante de "resistência democrática". Portanto, o objetivo básico desta tese é esquadrinhar e analisar os debates entre as correntes citadas a partir das principais produções culturais entre 1964 e 1980, período crucial de redefinições dos agentes socioculturais em face do autoritarismo e da modernização na sociedade brasileira. Como hipótese central, afirma-se que o eixo de ação dominante na resistência cultural era baseado na estratégia de construção de uma frente político-cultural. Esta foi produto de uma aliança estratégica, ainda que permeada por conflitos, entre liberais e comunistas. O frentismo cultural se construiu sobre três pilares: a) ocupação dos circuitos mercantilizados e institucionais da cultura; b) busca de uma estética nacional popular; c) afirmação do intelectual como arauto da sociedade civil e da nação. Ao rejeitar e criticar estes três pilares, os movimentos ligados à Contracultura e os movimentos culturais ligados à Nova Esquerda ajudaram a desgastar e inviabilizar o "frentismo cultural" como estratégia comum na superação do regime militar, explicitando seus impasses