Carnaval de São Luiz do Paraitinga: conflito entre isolamento e abertura da cidade

Dissertação de mestrado

RENATA RENDELUCCI ALLUCCI

OLGA BRITES

PUC-SP

2015

Carnaval Festa Cultura popular Patrimônio cultural São Luiz do Paraitinga

Texto em formato digital: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2864117

Este trabalho busca compreender o carnaval da cidade de São Luiz do Paraitinga, em São Paulo, reiniciado nos anos 1981 como festa de rua, após sua proibição pela igreja católica por 60 anos (1920 a 1980). Sua volta está atrelada a fatores diversos, incluindo a reação dos luizenses a uma reportagem televisiva. Mas a dinâmica da cultura popular foi, provavelmente, seu maior propulsor. Essa cultura, autodenominada caipira por seus atores, determinou muitas das formas que o carnaval adquiriu após sua retomada, com especial destaque para a utilização exclusiva do ritmo das marchinhas carnavalescas, todas compostas pelos próprios luizenses e que se tornaram a principal marca distintiva dessa festa. Entendida a festa como produto da realidade social, este carnaval expressa também os aspectos políticos de sua realização, considerando que ele se realiza em uma cidade cujos patrimônios, material e imaterial, são alvos de órgãos de preservação tanto nas esferas municipal, estadual quanto federal, o que também confere a essa festa traços particulares e singulares. Questões contemporâneas revelaram o interesse de grupos midiáticos, de turismo, de entretenimento e de tantas outras organizações socais, culturais e econômicas em festas populares, e não foi diferente com o carnaval de São Luiz do Paraitinga. Essas questões motivaram conflitos que, aos poucos, estão sendo discutidos pelos luizenses, na tentativa de conciliar a tradição local com a abertura para novos atores e, entre eles, patrocinadores para sua realização. Assim, a pesquisa tenta contribuir com essa discussão, reunindo aspectos diversos da realização do carnaval, em busca de estratégias que permitam uma melhor compreensão de seus rumos e a afirmação das práticas culturais de São Luiz do Paraitinga

Documentários
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Reportagem de televisão
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Jornais, blogs e revistas
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Narrativas presenciais
Leandro Barbosa – luizense, 30 anos, arte-educador, professor, músico, atual Diretor de
Cultura da cidade. Realizada durante o seminário Festa na cidade – gestão do carnaval de
São Luiz do Paraitinga, realizada no Centro de Pesquisa e Formação do SESC-SP, em
22/01/2014 e transcrita por Satiko Seki.
João Rafael Coelho Cursino dos Santos – luizense, 31 anos, doutorando em História
Social pela Universidade de São Paulo, professor de história do ensino básico e médio,
músico, pesquisador e palestrante. Festa na cidade – gestão do carnaval de São Luiz do
Paraitinga, realizada no Centro de Pesquisa e Formação do SESC-SP, em 16/01/2014 e
transcrita por Satiko Seki. Dele também utilizei sua dissertação de mestrado, A Festa do
Divino de São Luiz do Paraitinga: o desafio da cultura popular na contemporaneidade,
de 2008.
Eduardo de Oliveira Coelho – luizense, 45 anos, atual Diretor de Turismo da cidade. Festa
na cidade – gestão do carnaval de São Luiz do Paraitinga, realizada no Centro de Pesquisa
e Formação do SESC-SP, em 15/01/2014 e transcrita por Satiko Seki.
Judas Tadeu de Campos – luizense, 70 anos, doutor em Educação (Currículo) pela PUCSP, professor e pesquisador, atua principalmente nos temas educação na cultura caipira,
etnografia da educação e formação de professores. Entrevista realizada em São Luiz do
Paraitinga, em 08/09/2014, transcrita pela autora.
Suzana Salles – paulistana, 58 anos, artista e cantora. Iniciou sua carreira no início dos
anos 1980 na banda Sabor de Veneno com Arrigo Barnabé em seu trabalho Clara
Crocodilo. Formou a banda Isca de Polícia, com Itamar Assumpção. Fez parte do que se
chamou, nos anos 80, de Vanguarda Paulista. Gravou diversos CDs, alguns deles com
músicas caipiras. No carnaval de São Luiz do Paraitinga, canta em diversos blocos desde
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o ano 2000. Idealizou a Semana da Canção Brasileira, que é realizada em São Luiz do
Paraitinga desde 2007. Em 2009, recebeu o título de Cidadã Luizense. Entrevista
realizada na casa da artista, em São Paulo, em 06/09/2014, transcrita pela autora.
Leonardo Falangola – assessor do Gabinete da Superintendência do IPHAN de São Paulo
à época, foi enviado a São Luiz do Paraitinga nos primeiros dias de janeiro de 2010 como
coordenador das ações do IPHAN na reconstrução da cidade. Entrevista realizada em
novembro de 2012, nas dependências do IPHAN-SP. O foco desse encontro foi entender
a reconstrução da Capela das Mercês para o trabalho de conclusão de curso MBA Bens
Culturais: Cultura, Economia e Gestão da FGV/SP, com o título Apontamentos sobre
memória e patrimônio a partir da reconstrução da Capela das Mercês em São Luiz do
Paraitinga, realizado em 2013.
Sites consultados
http://www.semanadacancao.com.br
http://www.cultura.sp.gov.br
http://houaiss.uol.com.br/
http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1035&sid=7
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http://50anosdetextos.com.br/1983/o-belo-som-do-paranga-com-cheiro-de-interior/.
http://www.iphan.gov.br.
http://www.turismo.sp.gov.br/dade/estancias.html
http://www.bandaestrambelhados.com.br
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2013.
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Rede Globo interferiu na criação do carnaval de São Luiz do Paraitinga (SP). Dissertação
(Mestrado) – Escola de Comunicações e Artes. Universidade de São Paulo, 2010.
MARCÍLIO, Maria Luiza. Crescimento demográfico e evolução agrária paulista, 1700-1836.
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