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Uma questão de opinião: Zé Kéti, samba e transformações urbanas nas cidade do Rio de Janeiro (1950 - 1979)

Tipo de documento:
Dissertação de mestrado

Autor:
ADRIANA SANTOLERI VILLA BARBEIRO

Orientador:
AMAILTON MAGNO AZEVEDO

Local:
PUC-SP

Data:
2014

Publicação - Livros / Artigos

Palavras-chave:
Cidades, Favelas, Música, Identidades

Resumo:
Texto em formato digital: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=1790759

Este texto insere-se na perspectiva da História Cultural, em particular, à abordagem relacionada ao processo de urbanização das cidades brasileiras e à construção de identidades ligada a uma abordagem crioula da mesma. O objetivo central encontra-se em estudar como se deu o processo de intensificação da favelização da cidade do Rio de Janeiro, entre as décadas de 1950 e 1980, e as respostas e reflexos desse movimento caracterizados na construção de identidades e na produção musical carioca do período, analisada através das composições do sambista José Flores de Jesus, o Zé Kéti. Buscamos compreender, por meio das composições e da própria biografia de Zé Kéti, aquilo que Édouard Glissant denominou como “irrué”, a mistura de irrupção e ímpeto, realidade e irrealidade, características, que acreditamos estar presentes, não apenas nas produções que serão aqui analisadas, mas, também, no próprio samba (assim como nos demais gêneros musicais formados nas fronteiras do Atlântico Negro) e mesmo, na identidade da favela carioca e do “povo” brasileiro que aqui buscaremos elucidar. Desse modo, buscaremos observar como as transformações econômicas e políticas, levadas a cabo no período em questão, refletiram-se, não apenas na transformação desordenada do espaço público, mas também, na forma de se pensar e sentir as situações que se assumiam cada vez mais presentes na vida de grande parte da população menos favorecida. Assim, partindo de uma realidade particular, almeja-se representar mais uma contribuição entre os recentes, e cada vez mais relevantes trabalhos sobre os processos de construção de identidades em torno do Atlântico Negro e das transformações das cidades brasileiras, além de possibilitar um olhar menos pragmático e deformador com o qual se percebem essas mesmas situações ao longo de toda uma História

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