> Banco de Dados - História e música na universidade
Elaborando um campo de experimentação comparada a partir das funções sociais das musicistas-citaristas hetairas com as das pedagogas representadas nos vasos áticos durante a tirania dos Pisistratidas (560-510 a. C.)
Tipo de documento:
Tese de Doutorado
Autor:
JOSE ROBERTO DE PAIVA GOMES
Orientador:
MARIA REGINA CANDIDO
Local:
UFRJ
Data:
2015
Publicação - Livros / Artigos
Palavras-chave:
musicista-citarista, cultura material, tirania , Pisistratida, Atenas, Periodo arcaico,
Resumo:
Texto em formato digital: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3185035
O tema sobre as musicistas-citaristas nos vasos áticos no período da tirania dos Pisistratidas (Pisistratos e seus filhos, Hiparcos e Hipias) abrange um conjunto de problemas que possibilita a criação de um campo de experimentação comparada entre a História, a Arqueologia, a Literatura e a Semiótica da Imagem que de alguma forma possam lidar com os produtos culturais sob a ótica do texto/narrativa, da relação entre poder/tirania e representação/imagética como uso político que envolve a narrativa antiga e a cultura material na construção do objeto. Sugerimos através dos sistemas semióticos das unidades formais mínimas aplicados aos vasos de cerâmica analisar a sociedade dos atenienses junto às práticas sociais contextualizadas no regime político da tirania. Partindo de estudos recentes que relativizam a idéia de misogénia que exclui as mulheres das atividades sociais e economicas em Atenas, nos propusemos a repensar a performance da citarista-musicisista nas festividades cívicas, como as Panateneías em honra a deusa Athená no período dos Pisistratidas (560-510). A cultura material deixa transparecer o modo de vida da aristocracia tradicional e da oligarquia emergente ateniense definindo a participação ativa das musicistas-citaristas em um contexto de xênia (hospitalidade festiva ou ritual). Nas festividades, as musicistas-citaristas pedagogas, a partir de uma abordagem comparada dos signos recorrentes, se diferenciam das mulheres citaristas definidas como prostitutas (hetairas). As mulheres bem-nascidas, que sobre a subvenção das divindades políades, demonstravam os seus modos de participação na pólis, territorializando um espaço social e ritualizado. A prática musical redefine um espaço público (festividades religiosas) e um espaço privado (educadora/pedagoga), por intermédio da religião e, também, por influencia das atividades culturais, a partir dos festejos, dentre eles: o komós e os jogos atléticos precedidos por apresentações musicais (agones musikoi) com as performances com citaras (a citharoidia) que antecediam as exibições teatrais onde os dois modelos de musicistas-citaristas (pedagoga e a hetaira) atuavam em um programa político-cultural patrocinado pela tirania dos Pisistratidas.