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A indústria fonográfica no Brasil e o choro carioca: uma análise comparada de diferentes espaços de diversidades

Tipo de documento:
Tese de Doutorado

Autor:
LEONARDO SANTANA DA SILVA

Orientador:
JOSE COSTA D ASSUNCAO BARROS

Local:
UFRJ

Data:
2014

Publicação - Livros / Artigos

Palavras-chave:
Indústria fonográfica Brasileira, Choro carioca, Circularidade Cultural, Hibridismo Cultural, Profissionalização musical,

Resumo:
Texto em formato digital: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=1602397

Esta pesquisa apresenta uma análise comparada sobre as relações profissionais entre a indústria fonográfica brasileira e o choro carioca a partir de uma perspectiva dos diferentes espaços de sociabilidades coexistentes na cidade do Rio de Janeiro do século XIX e da primeira metade do século XX. Dentro desta perspectiva, buscamos traçar uma análise que pudéssemos fazer com que aspectos socioculturais ligados ao choro, em um momento anterior e posterior ao início da implantação da indústria fonográfica no Brasil, fossem abordados com objetivo de trazermos para o centro de nossa discussão todo um processo de consolidação profissional do músico chorão. Esta profissionalização já vinha se desenvolvendo muito antes da indústria fonográfica brasileira iniciar suas atividades socioeconômicas a partir da sua implantação nesta capital no ano de 1902. Neste sentido, procuramos demonstrar que a indústria fonográfica brasileira contribuiu para um alargamento das atividades profissionais e comerciais destes músicos e compositores populares, o que ocorreu, sobretudo dentro do período específico de atuação da Casa Edison, que foi o primeiro estabelecimento a exercer uma atividade comercial voltada para as gravações fonográficas musicais no Brasil. De todo modo, sem se deixar de lado todo um contexto social, político, econômico e cultural de um período tangencial, como foi o caso do regime político imperial na história do Brasil, nosso objetivo foi o de analisar comparativamente este gênero musical como um campo de observações e possibilidades em que o próprio choro imperial pré-fonográfico em contraste com um choro republicano fonográfico é considerado a temática central de nossa pesquisa. Isto significa dizer que, a partir destes dois campos de observações podemos perceber um processo sócio-histórico do músico chorão, sob a égide de uma ação na construção das relações socioculturais destes músicos populares atuantes no cenário musical da cidade do Rio de Janeiro, na própria legitimação em se tratando de uma maior cobrança de uma postura cada vez mais profissional deste músico popular que participava desta indústria fonográfica e na própria construção de uma identidade cultural que foi sendo desenvolvida ao longo destes dois períodos respectivos – pré-fonográfico e pós-fonográfico – em seus diferentes espaços de diversidades.

Fontes:
FONTES PRIMÁRIAS MANUSCRITAS E IMPRESSAS
Arquivo Nacional do Rio de Janeiro.
Códice 1100. Registro das Cartas de Liberdade. 1874. Vol. l.
Documento contabilizando escravos da Real Fazenda de Santa Cruz 12 de agosto a 22
de 1819. Música: Caixa 507. Pacote 24 - 1814 a 1819.
Duas listas contendo despesas com produtos adquiridos por esta Fazenda, inclusive
gastos com o material exclusivo para o uso musical visando suprir as necessidades de
seus músicos: Documento 1/caixa 507 (115) da Real Fazenda de Santa Cruz; 31 de
agosto de 1810.
Lista datada de 30 de novembro de 1810 demonstrando outros gastos com materiais
musicais. Documento Caixa 507 (115), 1810: Real Fazenda de Santa Cruz.
Mestre da Música (Mestre Joaquim / Praça do Regimento novo granadeiro).
Documento indicando da presença de um mestre de música na Real Fazenda de Santa
Cruz: Documento N.ª 5. Caixa 507. Rio de Janeiro, 1807 a 1815.
Acervo Particular da Casa Edison.
Anúncio referente à música impressa: J. Santos & Ca – Secção de Musicas Impressas.
Anúncio do estabelecimento Buschmann & Guimarães trazendo uma propaganda de
uma composição de Henrique Alves de Mesquita; regente, compositor, organista,
trompetista e professor de música.
Carta da International Zonophone Company endereçada a Fred. Figner: 17/07/1901.
de Julho de 1901.
Carta da International Zonophone Company endereçada a Fred. Figner: 12/09/1901.
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Carta da International Zonophone Company endereçada a Fred. Figner: 31/10/1901.
Carta da International Zonophone Company endereçada a Fred. Figner: 29/11/1901.
Carta da International Zonophone Company endereçada a Fred. Figner: 29/01/1902.
Carta da International Zonophone Company endereçada a Fred. Figner: 2703/1902.
Carta da International Zonophone Company endereçada a Fred. Figner: 29/03/1902.
Carta da International Talking Machine Co., endereçada a Fred. Figner: 30/09/1903.
Carta da International Talking Machine Co., endereçada a Fred. Figner: 30/03/1906.
Carta da F. M. Prescott endereçada a Fred. Figner: 18/06/1907.
Carta da F. M. Prescott endereçada a Fred. Figner: 01/08/1908.
Carta da F. M. Prescott endereçada a Fred. Figner: 08/10/1908.
Carta da F. M. Prescott endereçada a Fred. Figner: 08/09/1909.
Carta de Antonio Nelson de Moura enviada a Fred. Figner em 02/07/1915.
Carta de Eduardo Souto dirigida a Fred Figner, lamentando o afastamento de Figner
dos negócios ligados diretamente à indústria fonográfica: 15/10/1932.
Carta emitida por Joanna Fiscina Staffa informando a Fred Figner que subarrendou o
Theatro Phenix e suas dependências ao Sr. Kaufmann: 06/01/1930.
Carta emitida pela Transoceanic comunicando a Fred Figner que ele ficaria autorizado
a fornecer aos seus agentes os discos Odeon até o dia 15/12/1932, com a condição de
avisar a Transoceanic as quantidades de discos fornecidos e o seu destino: 08/10/1932.
Carta datada de 04/10/1932. Transoceanic apresenta a Fred Figner a proposta do
contrato realizado, após conversa verbal, comunicando que seria possível a sua
entrada em vigor no dia 15/11/1932.
Catálogos da Casa Edson para os anos de 1900 e 1902.
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Cessão de direitos autorais firmado entre Alfredo Vianna (Pixinguinha) e Fred. Figner
em 04/03/1929.
Cessão de direitos autorais firmado entre Ernesto Nazareth e Fred. Figner em
05/09/1929.
Cessão de direitos autorais firmado entre Luiz Americano e Fred. Figner em
28/01/1929.
Cessão de direitos autorais firmado entre João Candido Ferreira (De Chocolat) e Fred.
Figner em 20/04/1929.
Cessão de direitos autorais firmado entre Ismael Silva e Fred. Figner em 05/06/1929.
Cessão de direitos autorais firmado entre Luperce Miranda e Fred. Figner em
07/06/1929.
Cessão de direitos autorais firmado entre Heitor dos Prazeres e Fred. Figner em
07/03/1929.
Cessão de direitos autorais firmado entre Ernesto dos Santos (Donga) e Fred. Figner
em 19/03/1929.
Cessão de direitos autorais firmado entre José Barbosa da Silva (Sinhô) e Fred. Figner
em 26/06/1929.
Cessão de direitos autorais firmado entre Bomfiglio de Oliveira e Fred. Figner em
07/08/1929.
Cessão de direitos autorais: Declaração do grupo musical Innocentes da Pavuna
transmitindo plenos poderes ao seu diretor no que tange as cobranças de direitos
artísticos junto a Casa Edison: 05/05/1931.
Contrato comercial e cessão de direitos autorais firmado entre a Casa Edison e o
conjunto musical O Bando de Tangarás: 09/07/1929.
Contrato celebrado entre N.V. Transoceanic Trading Company (empresa sediada em
Amsterdam) e Fred Figner: 16/06/1926.
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Contrato em que Transoceanic se obrigou a fornecer a Casa Edison-Fred Figner os
discos Odeon de músicas nacionais e internacionais, e Fred Figner seria o distribuidor
no Rio de Janeiro e Niterói: 07/10/1932.
Contrato entre os negociantes Fred. Figner e Waddington & Bragante firmado em
01/07/1930.
Contrato de locação de serviços e cessão de direitos autorais firmado em 15/12/1928 –
Contratação dos serviços profissionais do cantor Raul Roulien feita por Fred. Figner.
Contrato de locação de serviços e cessão de direitos autorais firmado em 12/02/1930 –
Contratação dos serviços profissionais do cantor Francisco Alves feita por Fred.
Figner.
Documento confirmando o registro do pedido de registro da Marca “Casa Edison”.
Agência Sul Americana de Patentes e Marcas Montenegro & Castello Branco. Rio de
Janeiro, 13/07/1927.
Documento confirmando o pedido de patente do Brasil: “Amplificador Figner”.
Agência Sul Americana de Patentes e Marcas Montenegro & Castello Branco. Rio de
Janeiro, 11/11/1927.
Escritura de arrendamento, locação de obras e transação que entre si fizeram Fred
Figner e a International Talking Machine Co. M.b.H.Odeon Werke: 06/04/1912
Escritura de sublocação entre J. R. Staffa e Fred. Figner firmada em 03/12/1926.
Folha de rosto do Contrato da Fábrica Odeon em português e registrado no Tesouro
Nacional. Sem indicação de data.
Guia que comprova o pagamento realizado por Fred Figner da tarifa correspondente à
prorrogação “por mais um ano” do contrato de sublocação do salão de cúpula do
Theatro Phoenix e mais o cômodo existente no começo da escada que lhe dava acesso,
conforme previsto na escritura de sublocação: 27/12/1929
Guia que comprova o pagamento realizado por Fred Figner da tarifa correspondente à
prorrogação por mais um ano do contrato de sublocação do salão de cúpula do
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Theatro Phoenix e mais o cômodo existente no começo da escada que lhe dava acesso,
conforme previsto na escritura de sublocação: 04/12/1930.
Lista das Companhias Coligadas da empresa Transoceanic Trading Co.: 16/06/1926.
Livro de registro de gravação fonográfica da Casa Edison referentes aos anos de 1911,
1912 e 1913.
Livro de registros de direitos autorais da Casa Edison referentes aos anos de 1929,
1930, 1931 e 1932.
Manuscrito autobiográfico de Frederico Figner – 1946.
Nota promissória em que Fred Figner se declara devedor de 300 mil réis (300$000) a
Montenegro & Castelo Branco a título de despesas e honorários devidos em razão de
despesas e honorários para o registro da marca “Casa Edison” em nome de Fred
Figner: 16/07/1927.
Partitura manuscrita de um tango intitulado Canhoto no choro. Autor: Demetris.
Partitura manuscrita é de um choro intitulado O Casagrande na Lapa. Autor: Júlio
Casagrande.
Partitura manuscrita é de um choro denominado Eu digo a ele. Autor: Albertino
Pimentel.
Partitura manuscrita de um choro denominado Xarope de piassava. Autor: Alberto
Pimentel.
Partitura manuscrita intitulada como Ludan. Autor: Américo Jacomino (Canhoto).
Pedido de comprovação da invenção de um novo disco, ou cilindro para máquinas
falantes, fabricado com vidros que se achava em uso efetivo nesta República.
Ministério da Agricultura, Indústria e Commercio: Diretoria Geral de Indústria e
Commercio. Rio de Janeiro, 23/01/1914.
Pedido de comprovação da invenção de uma nova agulha para aparelhos falantes,
tendo duas pontas úteis que se achava em uso efetivo nesta República. Ministério da
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Agricultura, Indústria e Commercio: Diretoria Geral de Indústria e Commercio. Rio de
Janeiro, 26/01/1914.
Pedido de registro da marca “VOXOPHON” feito por Fred. Figner junto a Secretaria da
Junta Comercial da Capital Federal em 17/01/1923.
Procuração em português da sociedade “International Talking Machine Co.”
nomeando Fred Figner como procurador: 18/07/1912.
Propaganda em formato de partitura da Casa Bevilacqua. Nela há anúncios de vendas
de instrumentos musicais, pianos e partituras.
Publicação do registro de patente nº 3.465: memorial descritivo da invenção de
máquinas falantes. Diário do Congresso Nacional: República dos Estados Unidos do
Brazil. Ano XIII; nº 6; terça feira, 14/01/1902, p. 221.
Recibo de pagamento de 200 mil réis (200$000) feito à Recebedoria do Distrito
Federal. O Sr. Fred Figner pagou esta quantia proveniente do contrato no valor de
100:000$000. (cem contos de réis): 28/06/1926.
Título de Propriedade da Patente 3.465 concedida a Fred. Figner pela Diretoria Geral
de Indústria e Commercio da Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura,
Indústria e Commercio, de acordo com os termos registrados neste documento. Rio de
Janeiro, 12/05/1910.
Tradução de uma procuração em português, com dizeres em alemão, feita pelo tradutor
público Leopoldo Guaraná: 18/07/1912.
Fundação Biblioteca Nacional.
Manuscrito da Real Fazenda de Santa Cruz publicado em 1808. Autorização para
comprar roupas e alguns instrumentos, para que os escravos músicos possam tocar na
capela da Real Fazenda de Santa Cruz. Autor: Manoel Martinz do Couto Reys (1750?-
1826?). Localização original: Manuscritos II-35,11,006.
Periódicos:
639
A Semana – Rio de Janeiro: 1886.
Correio da Manhã: 02/08/1902; 05/08/1902.
Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro: 03/11/1879; 02/08/1902; 05/08/1902.
Gazeta do Rio: 08/07/1820.
Jornal Correio da Manhã: 02/08/1902.
Jornal do Commercio do Rio de Janeiro: 20/11/1847; 17/10/1910; 01/08/1926.
O Globo: 02/08/1926.
O Jornal: 01/08/1926.
O Jornal do Brasil: 02/08/1902; 05/08/1902; 03/12/1922.
Revistas da época:
A Mascara: jornal de theatro, cinema, música, bellas-artes, sports e mundanismo –
1927. [780.5 B-128]
O Rio musical [780.5B14]?
Phono arte: 15/01/1929 a 30/12/1929 [780.5 B-13]
Revista da música popular: 1954 a 1956 [780.5 B-40]
Revista da Rádio Nacional: 1950 a 1951 [780.5 B-115]
Revista da Semana, Ano I, n. 14: 19/08/1900.
Revista Fon-fon: 13/04/1907 a 31/08/1907 [6,217,01,01]
Revista musical e de Bellas artes: 1879 a 1880 [780.5 B-10]
Revista musical [780.5 B-15]?
Revista Roda de choro: 1995 a 1997 [780.5 B-358]?
640
Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro.
Carta escrita pelo flautista Jupyaçara endereçada ao radialista e pesquisador da
música popular brasileira conhecido pelo apelido de Almirante, a mais alta patente do
Rádio. Coleção Almirante – Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro.
Coleção Jacob do Bandolim: acervo de partituras manuscritas, documentos textuais e
iconográficos, livros, catálogos, revistas, recortes de jornais e fonogramas – Museu da
Imagem e do Som do Rio de Janeiro.
Museu Imperial de Petrópolis
Relação dos músicos escravos da Imperial Fazenda de Santa Cruz com a descrição
detalhada dos instrumentos musicais que cada músico executava e a sua conduta
disciplinar, ano de 1860.
II – PARTITURAS ANALISADAS
A Flor Amorosa (Joaquim Antônio da Silva Callado).
Partitura: Um a zero (Pixinguinha e Benedito Lacerda).
III – PUBLICAÇÕES OFICIAIS
Almanak administrativo, mercantil e industrial do Rio de Janeiro (Almanak Laemmert).
Rio de Janeiro, para os anos de 1870, 1872, 1880, 1885 e 1888.
IV – CONSULTA DOS ACERVOS FONOGRÁFICOS NOS PRINCIPAIS
ARQUIVOS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Arquivo Nacional.
641
Centro Cultural Banco do Brasil.
Fundação Biblioteca Nacional.
Instituto Moreira Sales.
Museu e da Imagem e do Som.