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Ensino de história, canção e identidades afro-brasileiras: o rap como possibilidade
Tipo de documento:
Dissertação de mestrado
Autor:
Celeste, Sandro José
Orientador:
Bittencourt, Jane
Local:
UFSC
Publicação - Livros / Artigos
Palavras-chave:
Ensino de História, Relações Étnico-raciais, Linguagens, Canção, Rap e Identidades afro-brasileiras
Resumo:
Texto em formato digital: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/211431
O presente trabalho buscou explorar as possibilidades do uso de canções no ensino de história, tendo em vista colocar em evidência de que modo a letra e a musicalidade de algumas canções, no caso, do gênero musical rap, podem estimular relações identitárias associadas às múltiplas identidades afro-brasileiras. Para isso, esse estudo pesquisou as relações e potencialidades do uso da canção como linguagem e fonte histórica para o ensino de história, tendo como principais referências Marcos Napolitano, Mirian Hermeto e Circe Bittencourt. O estudo também discute questões relacionadas com a construção da identidade, com base nos Estudos Culturais, segundo autores tais como Kathryn Woodward, Stuart Hall e Tomás Tadeu da Silva e busca aproximar esta discussão do ensino de história. Salientamos de que modo a diversidade e a diferença se relacionam com a temática das identidades afro-brasileiras associadas à constituição da identidade nacional, por meio de ocultamentos e entranhamentos. Esse trabalho também levantou algumas características do gênero musical rap, relacionando-o às identidades afro-brasileiras e analisou, como exemplo, todas as canções contidas em dois discos, ?Sobrevivendo no Inferno? (1997) dos Racionais MCs e ?Nó na Orelha? (2011) de Criolo, que marcam o dinamismo do rap no Brasil. Destas análises, concluímos ser a canção uma boa fonte para o ensino de história e também uma rica e complexa linguagem. Como foi possível indicar no caso das canções de raps escolhidas e analisadas, tanto em sua musicalidade como em suas narrativas, distinguimos elementos associados aos processos de resistência e de empoderamento, o que atesta a importância de se considerar tanto a letra quanto a música no uso de canções no ensino. Além disso, indicamos como o rap pode retratar, numa perspectiva não essencialista, aspectos das identidades afro-brasileiras a serem explorados no ensino de história e, deste modo, estimular nos estudantes processos de construção identitária.
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