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A NÔMADE HISTÓRIA CULTURAL DO LUNDU: O BATUQUE VIAJANTE NO ATLÂNTICO NEGRO

Tipo de documento:
Dissertação de mestrado

Autor:
ANTONIO CARLOS SILVA NOGUEIRA

Orientador:
GUSTAVO VILLELA LIMA DA COSTA

Local:
UERJ

Publicação - Livros / Artigos

Palavras-chave:
Lundu, circularidade cultural, Domingos Caldas Barbosa

Resumo:
Texto em formato digital: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6493442

A nômade história cultural do lundu: o batuque viajante no Atlântico Negro. 2018. Dissertação (Mestrado em História Social) – Faculdade de Formação de Professores, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, São Gonçalo, 2018. Esse trabalho dedica-se à análise dos discursos contínuos em torno do Lundu no último quartel do século XVIII e no curso do século XIX, que reproduziram uma perspectiva colonial, racial e etnocêntrica desse fenômeno cultural e musical. O que se propõe nesse trabalho é pensar o Lundu como um fenômeno inscrito em uma circularidade cultural, através de relações sociais compreendidas como “atlânticas”, enfocando mais o movimento e os trânsitos, do que suas supostas origens. As fontes, a partir das quais ilustramos esses discursos coloniais, foram escolhidas entre os relatos dos viajantes pelo atlântico, assim como a bibliografia de “folcloristas” e “intérpretes” do lundu. A principal hipótese do trabalho é que há uma continuidade desses discursos etnocêntricos que procuram uma origem “pura” do Lundu numa África mítica e que portanto teria se “aculturado”, ou ainda aqueles que procuraram construir o Lundu como o primeiro gênero musical “genuinamente brasileiro”. Assim as fontes dialogam com parte da produção escrita sobre o lundu dança e canção, e nesse último, debruçou-se sobre Domingos Caldas Barbosa, escritor e músico, nascido no Rio de Janeiro que levou o lundu para Portugal, entendendo-o como um “músico subversivo” e como um exemplo que transcende as visões de uma cultura estática, dual e binária entre colonizados e colonizadores. A proposta pós-colonialista, de entendimento do Lundu como um fenômeno cultural híbrido e gestado no “Atlântico Negro” é uma alternativa à produção canônica nas narrativas sobre o lundu

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