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Black soul black, black sou: o corpo e a corporeidade negra no Movimento Black Rio
Tipo de documento:
Dissertação de mestrado
Autor:
KAMILA DINUCCI CORREIA SILVA
Orientador:
BRUNO PINHEIRO RODRIGUES
Local:
UFMT
Data:
2022
Publicação - Livros / Artigos
Palavras-chave:
Movimento Black Rio, História do Corpo, Racismo
Resumo:
Texto em formato digital: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=11627288
A presente pesquisa tem o objetivo de investigar o Movimento Black Rio a partir da perspectiva da história do corpo e da corporeidade negra nos bailes soul, de 1970 a 1980. O Movimento Black Rio é compreendido pela promoção de bailes que tocavam os sucessos da soul music, proveniente de discos da black music norte-americana. Considerado como um movimento importante para o cenário cultural negro no Rio de Janeiro, o Movimento Black Rio é observado enquanto um projeto cultural de negro/a para negro/a, cujas atividades intencionavam a valorização da beleza negra da juventude que frequentavam os bailes e expressavam o orgulho negro de estarem reunidos em comunidade. Nesta pesquisa, o corpo é um elemento pensado pela cultura e a corporeidade, ou seja, o modo como os sujeitos se relacionam com o corpo, participam de processos de aceitação/rejeição étnico-racial e na construção de identidade(s) negra(s). Sob a perspectiva da história do corpo e da diáspora africana, a pesquisa direciona os olhares para a criação do estilo black, que demonstrava a forma como a juventude negra criava um estilo próprio de se vestir, falar, dançar e manipular o cabelo crespo em busca de relações positivas com o corpo. Diante o cenário político da Ditadura Civil-Militar (19641985), o Movimento Black Rio passou a ser monitorado pela comunidade de informações, estruturada pela Doutrina de Segurança Nacional (DSN) e instaurada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI). Sob a realidade do racismo e das violências policiais contra os sujeitos investigados, compreende-se que a construção da identidade negra participa de um processo de regulação e emancipação do corpo e da corporeidade negra. Entende-se que a regulação do corpo se dá através das ações arbitrárias pela polícia política, e o corpo emancipado, vê a corporeidade negra enquanto saberes produzidos pelos sujeitos negros enquanto estratégias de resistência contra o racismo e o mito da democracia racial.