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Quem não tem swing morre com a boca cheia de formiga: Wilson Simonal e os limites de uma memória tropical.

Tipo de documento:
Dissertação de mestrado

Autor:
Gustavo Alves Alonso Ferreira

Orientador:
Denise Rollemberg Cruz

Local:
UFF

Data:
2007

Publicação - Livros / Artigos

Palavras-chave:
1964 - 1985; Ditadura Militar; Wilson Simonal ; MPB; Memória

Resumo:
Texto em formato digital:
http://tinyurl.com/yfqss5u

A dissertação é um estudo sobre a memória da ditadura brasileira (1964-1985), o meio musical da MPB e, por consequência, da sociedade brasileira. Nesse sentido o caso do cantor/compositor/intérprete Wilson Simonal é esclarecedor. Simonal passou a ser conhecido como “dedo-duro” quando a memória da resistência à ditadura foi forjada. Em 1971, num episódio controverso, o cantor foi acusado de ser informante do DOPS. Se o cantor de fato adulou o regime, ele não estava sozinho. Sua conduta apologética, longe de representar uma exceção, era regra no meio musical. No entanto, a memória acerca do meio musical parece polarizar todas as ofensas e descrédito nele. Ele é o bode expiatório social da memória da resistência, e sofreu por anos com o silêncio das esquerdas e direitas. Longe de referendar esta visão que vê em Simonal culpado/inocente, a dissertação busca compreender as relações entre sociedade e governo, buscando as nuances da época. A dissertação busca compreender como a sociedade brasileira construiu uma memória de si mesma, no pós-ditadura, se eximindo das relações que estabeleceu com o regime, procurando se apoiar na velha tradição dos bodes expiatórios, que tudo solucionaria. O estudo através da história é fundamental para entender a criação e reprodução dessa memória coletiva que fez de Wilson Simonal um exilado dentro de seu próprio país.