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Os desafinados: sambas e bambas no Estado Novo.

Tipo de documento:
Tese de Doutorado

Autor:
Adalberto Paranhos

Orientador:
Maria Izilda Santos de Matos

Local:
PUC-SP

Data:
2005

Publicação - Livros / Artigos

Assunto:
O samba produzido no Rio de Janeiro na Era Vargas como manifestação contrária àquela afinada com a pregação governamental do período.

Palavras-chave:
1930-1954; Música Popular; Samba; Malandro; Rio de Janeiro

Resumo:
Tese em formato digital:
http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1060

Estudo sobre as manifestações destoantes daqueles que não se afinavam com a “ditadura Vargas”, representadas pelo samba produzido na época, apesar da férrea censura dos organismos oficiais (particularmente do DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda). A canção como documento histórico, vista através da produção fonográfica, permite que se alarguem as possibilidades de questionamento do foco predominante da historiografia sobre a chamada “ditadura Vargas”. Examina o discurso musical dos sambistas responsáveis pela invenção do samba como símbolo musical da nacionalidade e destaca os estreitos vínculos entre o samba e a malandragem. Enfatiza a produção musical entre 1940 e 1945, quando, sob o império do DIP, o campo da música popular teria se transformado numa espécie de caixa de ressonância da pregação governamental. Com base nas milhares de gravações que correspondem ao período de constituição do novo samba urbano carioca, analisa os arranjos, a performance dos intérpretes.

Fontes:
Gravações em geral:
• Bando da Lua: Abandona o preconceito, Victor, 1934; É do barulho, Victor, 1935; Hora é boa, Victor, 1933
• Orlando Silva: Abre a janela, Victor, 1937; Alegria, Victor, 1937; Brigamos outras vez, Odeon, 1945; Juramento falso, Victor, 1937; Nada além, Victor, 1938; Por ti eu me rasgo todo, Victor, 1939
• Ciro Monteiro: Acabou a sopa, Victor, 1940; Botões de laranjeira, Victor, 1942; Hildebrando, Victor, 1941; Oh! Seu Oscar, Victor, 1939; Quem gostar de mim, Victor, 1940; Vida apertada, Victor, 1940
• Moreira da Silva: Acertei no milhar, Odeon, 1940; Confissão de malandro, Victor, 1933; É batucada, Colúmbia, 1933; Na subida do morro, Continental, 1952; O trabalho me deu o bolo, Odeon, 1939
• Jonjoca e Castro Barbosa: Adeus, Victor, 1932;
• Mário Reis: Agora é cinza, Victor, 1933; Doutor em samba, Victor, 1933; Novo amor, Odeon, 1930; Quando o samba acabou, Odeon, 1933; Vou ver se posso..., Victor, 1934
• Mário Reis e Lamartine Babo: Linda morena, Victor, 1932;
• Aracy Cortes: Ai, ioiô – Iaiá, Parlophon, 1929; Tem francesa no morro, Colúmbia, 1932; Verde e amarelo, Colúmbia, 1932
• Joel e Gaúcho: O amor regenera o malandro, 1940; Não vou pra casa, Colúmbia, 1940
• Carlos Gualhardo: Ando na orgia, Victor, 1937
• Carmen Miranda: Ao voltar do samba, Victor, 1934; Cabaré no morro, Odeon, 1937; Camisa listada, Odeon, 1937; Eu gosto da minha terra, Victor, 1930; Good-bye, Victor, 1932; Isso não se atura, Odeon, 1935; Minha embaixada chegou, Victor, 1934; Mulato metropolitano, Odeon, 1939; Nego no samba, Victor, 1929; Recenseamento, Odeon, 1940; Sai da toca, Brasil!, Odeon, 1938; Sambista da Cinelândia, Odeon, 1936; Se gostares de batuque, Odeon, 1935; Se o samba é moda, Brunswick, 1929; Você nasceu pra ser grã-fina, Odeon, 1939
• Lamartine Babo: Canção pra inglês ver, Odeon, 1931; Dá cá o pé... loura, Victor, 1933
• Sílvio Caldas: Aquarela do Brasil, Victor, 1942; Lenço no pescoço, Victor, 1933; Morena boca de ouro, Victor, 1941; Mulher, Victor, 1940
• Aurora Miranda: Batata frita, Victor, 1940; Não admito, Colúmbia, 1942
• Aurora Miranda e João Petra de Barros: Se a sorte ajudar, Odeon, 1934
• Francisco Alves: Aquarela do Brasil, Odeon, 1939; Eu, você e mais ninguém, Odeon, 1942; Favela, Victor, 1936; Malandragem, Odeon, 1928; Não tem tradução, Odeon, 1933; Nem é bom falar, Odeon, 1930; Onde o céu azul é mais azul, Colúmbia, 1940 ; Poleiro de pato é no chão, Colúmbia, 1941
• Francisco Alves e Aurora Miranda: Você só... mente, Odeon, 1933
• Francisco Alves e Dalva de Oliveira: Brasil, Colúmbia, 1939
• Francisco Alves e Castro Barbosa: Feitio de oração, Odeon, 1933
• Francisco Alves e Mário Reis: O que será de mim, Odeon, 1931; Se você jurar, Odeon, 1930
• Anjos do Inferno: Brasil pandeiro, Colúmbia, 1941; Cordão dos puxa-saco, Victor, 1945; Já que está deixa ficar, Colúmbia, 1941; Madalena, Colúmbia, 1942
• Déo: Brasil, usina do mundo, Colúmbia, 1942
• Noel Rosa: Coisas nossas, Colúmbia, 1932; Com que roupa, Parlopho, 1930; Gago apaixonado, Colúmbia, 1931; Quem dá mais, Odeon, 1932
• Noel Rosa e Ismael Silva: Escola do malandro, Odeon, 1932
• Roberto Paiva: Conversa fiada, Odeon, 1956
• João Gilberto: Desafinado, Odeon, 1959
• João Petra de Barros: Em cima da hora, Victor, 1939; Feitiço da Vila, Odeon, 1934
• Vassourinha: Emília, Colúmbia, 1941
• Coisas nossas: Estátua da paciência, Eldorado, 1983
• Aracy de Almeida: Fez bobagem, Victor, 1942; Palpite infeliz, Victor, 1935; Rapaz folgado, Victor, 1938; Tenha pena de mim, Victor, 1937; Último desejo, Victor, 1937; Vai trabalhar, Victor, 1942; X do problema, Victor, 1936
• Castro Barbosa: Flor do asfalto, Victor, 1931; Teu cabelo não nega, Victor, 1931
• Patrício Teixeira: Gavião calçudo, Victor, 1929; Sabor do samba, Victor, 1934; Samba de fato, Victor, 1932
• Almirante: Hino do carnaval brasileiro: Odeon, 1938; Tarzan (o filho do alfaiate), Victor, 1936; Touradas em Madri, Odeon, 1937; Yes, nós temos bananas, Odeon, 1937
• Dircinha Batista: Inimigo do batente, Odeon, 1939; Passeei no domingo, Continental, 1945; Sete e meia da manhã, Continental, 1945
• Moraes Neto: Isso aqui o que é, Odeon, 1941
• Luiz Barbosa: Lalá e Lelé, Victor, 1938
• Gilberto Alves: Louca pela boemia, Odeon, 1941
• Carmen Costa: No lesco-lesco, Victor, 1945
• Sônia Carvalho: Oui... Oui, Colúmbia, 1937; A vida é um samba, Colúmbia, 1937
• Blecaute: Pedreiro Waldemar, Continental, 1948
• Ademilde Fonseca, Odeon, 1958
• Alzirinha Camargo: Ritmo do coração, Odeon, 1990 (rel.)
• Joel de Almeida: Trabalhar, eu não, Odeon, 1946

Canções de Chico Buarque
• Chico Buarque: Apesar de você, Philips, 1970; Futuros amantes, RCA, 1993; Hino da repressão (segundo turno), Barclay, 1985; Malandro n. 2, Philips, 1979; Meu refrão, RGE, 1966; Paratodos, RCA, 1993; Permuta dos santos, RCA, 1989; Romance, RCA, 1993; Uma palavra, RCA, 1989
• Chico Buarque e Milton Nascimento: Cálice, Philips, 1978
• Chico Buarque e A Cor do Som: Hino de Duran ou Hino da repressão, Philips, 1979
• Zizi Possi: Lábia, BMG/RCA, 2001
• Bebel: Rio 42, Barclay, 1985

Depoimentos
• Abel Cardoso, 22/1/2001
• Antônio de Almeida, 6/3/1974
• Antônio Nássara, 16/4/1975
• Aracy de Almeida, 2/10/1972
• Blecaute, 18/6/1975
• Bucy Moreira, 12/12/1973
• João de Barro, col. MBSAI, Sesc-São Paulo, 2000; 12/2/1973
• Carmélia Alves, 26/11/1991
• Cartola, 23/3/1973
• Ciro Monteiro, 21/7/1972
• Guilherme Brito, 13/5/1993
• Isaurinha Garcia:4/9/1972
• Ismael Silva, 16/4/1973
• Jairo Severiano, 10/6/1999
• Joel de Almeida, 20/2/1974
• Mário Lago, 1/8/1973
• Nelson Cavaquinho, 26/11/1973
• Nelson Gonçalves, 12/8/1993
• Newton Teixeira, 8/2/1974
• Paraguassu, 1/7/1974
• Pedro Caetano, 17/12/1973
• Roberto Martins, 1991
• Roberto Silva, 27/12/1990

Bibliografia específica:
ALENCAR, Edigar de. O carvanal carioca através da música. Vol. I e II. 4a. ed. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1985.
ALMIRANTE. No tempo de Noel Rosa. 2a ed. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1977.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaio sobre literatura e história da cultura. São Paulo, Brasiliense, 1985.
BURKE, Peter. A cultura popular na idade moderna: Europa, 1500-1800. São Paulo, Cia. das Letras, 1989.
CABRAL, Sérgio. Pixinguinha, vida e obra. Rio de Janeiro, Edições Funarte, 1976.
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro, Ediouro, s.d.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1artes de fazer. 6a ed., Petrópolis, Vozes, 2001.
CHAUÍ, Marilena. Conformismo e resistência – aspectos da cultura popular no Brasil. São Paulo, Brasiliense, 1986.
CONTIER, Arnaldo Daraya. Brasil Novo: música, nação e modernidade. São Paulo, FFLCH/USP, 1988. Tese de Livre-Docência.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir – História da violência nas prisões. 14a ed. Petrópolis, Vozes, 1996.
GOMES, Ângela M. de C. A invenção do trabalhismo. São Paulo, Vértice, 1988.
GOMES, Ângela Maria de C. Burguesia e trabalho. Política e legislação social no Brasil (1917-1937). Rio de Janeiro, Campus, 1979.
HOBSBAWM, Eric. Sobre História: ensaios. São Paulo, Cia. das Letras, 1998.
MARCUSE, Herbert. A ideologia da sociedade industrial. Rio de Janeiro, Zahar, 1967.
SALIBA, Elias Thomé. Raízes do riso: a representação humorística na história brasileira; da belle époque aos primeiros tempos do rádio. São Paulo, Cia. das Letras, 2002.
TATIT, Luís. O século da canção. Cotia, Ateliê, 2004.
TINHORÃO, José Ramos. História social da música popular brasileira. Lisboa, Caminho, 1990.
TINHORÃO, José Ramos. Música popular: do gramofone ao rádio e TV. São Paulo, Ática, 1981.
TOTA, Antonio Pedro. O samba legitimidade. Cópia de Dissertação de Mestrado, FFLCH/USP, 1983.
WEFFORT, Francisco. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978.
WISNIK, José Miguel. Getúlio da Paixão Cearense (Villa-Lobos e o Estado Novo). In: O nacional e o popular na cultura brasileira – música. São Paulo, Brasiliense, 1982.