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Poética da cantoria – Sertão e Cidade no improviso de Ivanildo Vila Nova.

Tipo de documento:
Dissertação de mestrado

Autor:
Simone Oliveira de Castro

Orientador:
Maria Antonieta Martines Antonacci

Local:
PUC-SP

Data:
2003

Publicação - Livros / Artigos

Palavras-chave:
Décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990; Cantoria; Ivanildo Vila Nova ; Cultura Popular; Sertão e Cidade

Resumo:
A partir da poética do cantador Ivanildo Vila Nova, procurou-se discutir possíveis modificações que a cantoria nordestina e seus produtores vêm passando, ao longo das quatro últimas décadas do século XX. Transformações foram motivadas pelos processos de industrialização e urbanização da cidade e do campo com seus desdobramentos culturais. As memórias de Vila Nova e seus improvisos expressam experiências de deslocamentos campos/cidades do principal público da cantoria, formado por pequenos agricultores, roceiros, trabalhadores rurais, alfaiates, barbeiros etc, permitindo perceber agentes e grupos sociais que, ao migrarem, levam costumes, hábitos, modos de vida, mesclando-os, de diversas formas, com as dinâmicas vivenciadas em espaços urbanos. Nesse contexto é que encontramos cantadores e ouvintes interagindo, rejeitando, reinventando valores impostos pela cidade para continuarem expressando-se através da cantoria. Isso tornou-se perceptível na forma como esses "artistas", inicialmente, relacionam-se com a mídia, com o público, contando com as possibilidades oferecidas pelo próprio corpo, dando origem a reconfiguradas performances. Imbricando lembranças trazidas dos sertões com as vivenciadas em espaços urbanos, cantadores atribuem diferentes significados à cantoria que produzem, ao ofício herdado dos antepassados, convivendo com imagens que deles forjaram ouvintes, meios de comunicação e folcloristas. Recriam formas de comunicação em linguagens que ganham ressonância e despertam interesses de novos públicos, conquistando espaços em palcos, teatros, encontros musicais, festivais, onde reatualizam seus repertórios. Incorporam e movimentam tradições de oralidade que renovam-se nas tensões culturais, reconstituindo cantadores, configurando cantorias híbridas no vai e vem de inter-relações campos/cidades.