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Momento bossa nova: arte, cultura e representação sob os olhares da revista O Cruzeiro.
Tipo de documento:
Tese de Doutorado
Autor:
José Estevam Gava
Orientador:
Tânia Regina de Luca
Local:
UNESP - Assis
Data:
2003
Publicação - Livros / Artigos
Assunto:
Estudo sobre as representações e imagens que foram construídas sobre a Bossa Nova, nas décadas de 1950 e de 1960, a partir da análise da revista O Cruzeiro.
Palavras-chave:
Décadas de 1950 e 1960; Música Popular; Bossa Nova; Imprensa; Brasil
Resumo:
Tese em formato digital:
http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/bas/33004048018P5/2003/gava_je_dr_assis.pdf
Os anos de 1959 a 1962 são considerados como período Bossa Nova, época em que o estilo musical floresceu e se afirmou como marca distintiva. Sabe-se, porém, que o termo Bossa Nova foi desde logo utilizado para rotular o mais variado leque de atividades, objetos e situações. Por sua força sugestiva, relacionada a dinamismo e novidade, a sigla BN integrou o imaginário e representações de uma época, para a qual o Brasil aparecia como país jovem, moderno e promissor. Esta pesquisa aborda justamente essa movimentação bossanovista em sua vertente não-musical. Para tanto, emprega a revista O Cruzeiro como fonte de material e objeto de estudo em si, haja vista a quantidade substancial de menções e utilizações que fez do termo Bossa Nova. Analisam-se, aqui, os vários sentidos conferidos ao neologismo da moda e a função da música como
polarizadora dessas representações. Contudo, dá-se atenção especial a um tipo peculiar de design gráfico explorado pela revista nos anos de 1959 e 1960, intitulado "paginações Bossa Nova". As matérias assim configuradas se caracterizaram pela geometrização, economia de elementos e amplo uso de fotomontagens. Além disso, propuseram interessante mescla entre coluna social, biografia, humor, experimentação e manifesto pela atualização da forma de acordo com as linhas construtivistas que vigoravam em São Paulo e Rio de Janeiro naquele momento. Esses novos formatos de reportagens são analisados com base na história do jornalismo ilustrado e nos intercâmbios havidos entre a imprensa periódica e campos dedicados à pesquisa formal mais pura. Demonstra-se, por fim, como alguns artistas, intelectuais e jornalistas brasileiros situados na transição entre as décadas de 50 e 60 comungaram ideais de modernidade análogos e os difundiram como ferramentas para a construção de mentalidades e representações sociais.