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''Coisas que ficaram muito tempo por dizer'': o clube da esquina como formação cultural.

Tipo de documento:
Dissertação de mestrado

Autor:
Luiz Henrique Assis Garcia

Orientador:
Regina Helena Alves da Silva

Local:
UFMG - UFCH

Data:
2000

Publicação - Livros / Artigos

Descritivo:
Publicado como artigo. Ver ficha específica.

Assunto:
Estudo sobre a influência do grupo musical Clube da Esquina em seu contexto cultural, político e marcado pelo surgimento da Ditadura Militar e pela consolidação da indústria cultural.

Palavras-chave:
Ditadura militar; Música Popular; MPB; Clube da Esquina; Minas Gerais

Resumo:
Resumo:
Esta dissertação tem como objetivo compreender o grupo musical Clube da Esquina enquanto formação cultural, localizando-o num determinado contexto da história brasileira em que duas transformações são consideradas cruciais no âmbito cultural. Primeiro, a instauração da ditadura militar, com todas as restrições pessoais e coletivas que acarretou, das quais a censura é considerada a mais imediatamente relevante neste caso. Segundo, o fortalecimento da indústria cultural no Brasil, com todas as conseqüências que isto trouxe para a dinâmica da produção cultural no país, e particularmente no contexto musical e no mercado fonográfico. Para estabelecer melhor sua posição no cenário musical, lança-se mão não apenas do material que é tradicionalmente utilizado pelos historiadores que abordam este campo de interesse, que geralmente se limita às letras das canções, mas também capas de discos, fichas técnicas, arranjos, instrumentos e as próprias gravações, de maneira a tratar das músicas por inteiro, mas evitando a terminologia cansativa e intrincada da teoria musical, que afinal não é considerada adequada para analisar manifestações da música popular, que tem parâmetros próprios que se procurou definir e adotar. O Clube não apenas se configurou como alternativa em relação aos movimentos e tendências que lhe eram contemporâneos, mas pôs em discussão aspectos da produção musical que outros deixaram de examinar. Recuperar esta série de práticas reais e de escolhas marcantes traz para o presente a fundamental constatação de que as limitações não serão impedimento para aqueles decididos a transformar , e a fundamental afirmação de que “a vontade livre tudo intimida” (Sempre viva, Lô e Márcio Borges, LP A via láctea, 1979).

Fontes:
Revistas das décadas 60-70:
• Cultura Vozes
• Civilização Brasileira
• Tempo Brasileiro
• Cultura do MEC
• O cruzeiro
• Veja
• Manchete
• Visão
• Realidade
• Arte em revista. n º 1 e n º 3.

Jornais:
• Suplemento Cultural Estado de São Paulo
• Opinião(72-77)
• De Fato(76-78)
• O Pasquim(69-79)

Artigos do período:
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pp. 4-5.
LOUREIRO, Dagoberto. “As versões musicais e o panorama fonográfico brasileiro”. Revista Civilização Brasileira.
Rio de Janeiro, ano 1, n º 7, maio 1966, pp. 281-292.
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“Extra 1964: edição histórica da Revolução”. O cruzeiro, dez. 1964.
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149

Discografia:
Milton Nascimento:
• Milton Nascimento. EMI, 1969.
• Milton. EMI, 1970.
• Clube da Esquina. EMI, 1972.
• Milagre dos Peixes. EMI, 1973.
• Milagre dos Peixes ao vivo. EMI, 1974.
• Minas. EMI, 1975.
• Geraes. EMI, 1976.
• Clube da Esquina 2. EMI, 1978.
• Courage. A & M Records, 1968.

Lô Borges:
• Clube da Esquina. EMI, 1972.
• Lô Borges. EMI, 1972.
• A Via Láctea. EMI, 1979.

Beto Guedes:
• A Página do Relâmpago Elétrico. EMI, 1977.
• Amor de Índio. EMI, 1978.
• Sol de Primavera. EMI, 1979.
Toninho Horta:
• Terra dos Pássaros. EMI, 1979.

Vários:
• Beto Guedes, Toninho Horta, Novelli e Danilo Caymmi. EMI, 1973.
Som Imaginário:
• Matança do Porco. EMI, 1973..

Vídeos:
• HOLANDA, Lula Buarque de & JABOR, Carolina: A sede do Peixe, Rio de Janeiro: Conspiração Filmes, 70 min., 1998.
• Entrevista concedida ao jornalista Chico Pinheiro. Programa Espaço Aberto. Canal GNT, 1999.

Entrevistas:
• Entrevista concedida por Lô Borges em Outubro de 1997.
• Entrevista concedida por Nelson Angelo via internet em Maio de 2000.

Bibliografia específica:
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Artigos:
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