Incrível, Fantástico, Extraordinário
Irradiada às terças-feiras às 21h30, pela Rádio Tupi do Rio de Janeiro, a série se dedicava ao relato de histórias fantásticas enviadas pelos ouvintes. Em 1951 elas seriam reunidas e publicadas numa coletânea homônima, pelas edições O Cruzeiro. Por mais incríveis, fantásticas e extraordinárias que fossem as histórias, Almirante pedia aos ouvintes que fossem fiéis à verdade ao endereçar alguma à produção, solicitando a maior acuidade possível de dados destes colaboradores.
Os casos, que chegavam de todo o Brasil, eram roteirizados por José Mauro, na maioria das edições, por César de Barros Barreto, e narrados por Almirante, com a participação de rádio-atores e arranjos especiais da Orquestra Tupi, regida por Aldo Taranto. Os efeitos sonoros ficavam a cargo sobretudo de Mauro, e também contavam com a orquestração do maestro da casa.
Na ausência das imagens, o rádio deveria aproveitar todas as possibilidades de construção de uma narrativa convincente a partir dos sons, revelando-se um meio bastante criativo neste aspecto. Nesta série, estes recursos dramatúrgicos são muito bem aproveitados. Tanto que, quando o programa semanal Fantástico, da Rede Globo de Televisão, tentou reconstituir esta série na década de 1980, ela não impactou os espectadores da mesma forma que conseguira no rádio, onde permaneceu por onze anos, entre as idas e vindas de Almirante à emissora.